Depois de um descanso, vamos com a primeira resenha de 2025, mas por enquanto os livros resenhados serão os lidos de 2024!
Autora: Carla Madeira
Editora: Record
Páginas: 167
Sinopse: Com uma narrativa madura, precisa e ao mesmo tempo delicada e poética, o romance narra a história do casal Dalva e Venâncio, que tem a vida transformada após uma perda trágica, resultado do ciúme doentio do marido, e de Lucy, a prostituta mais depravada e cobiçada da cidade, que entra no caminho deles, formando um triângulo amoroso.
A metáfora do rio se revela por meio da narrativa que flui - ora intensa, ora mais branda - de forma ininterrupta, mas também por meio do suor, da saliva, do sangue, das lágrimas, do sêmen, e Carla faz isso sem ser apelativa, sem sentimentalismo barato, com a habilidade que só os melhores escritores possuem.
O que eu achei: Se você precisa de um livro para te deixar sem ar, esse é o ideal.
Uma escrita bem crua, mas poderosa e envolvente e com personagens ousados. Arrisco dizer que é um livro ambíguo, no final você não sabe se amou ou odiou por ser uma história muito problemática. Digo isso, pois o livro tem partes poéticas, mas também partes que causam repulsa.
Da metade para o final eu já imaginava que teria o final que teve, e isso foi o que me incomodou, um gosto de que algo saiu do lugar e ficou exagerado. Mas não posso negar que muitas das coisas narradas no livro acontecem em muitas famílias e que nem nos damos conta, pois muitos colocam debaixo dos tapetes.
Posso dizer que é um livro lindo e feio.
A leitura foi fluida, acabei em quatro dias, porque é envolvente e te faz não querer largar o livro. Mas também é um livro muito pesado e cruel.