Resenha: O parque das irmãs magníficas
Autora: Camila Sosa Villada
Editora: Tusquets
Páginas: 208
Sinopse: Quando chegou à cidade de Córdoba para estudar na universidade, a autora argentina Camila Sosa Villada decidiu ir ao Parque Sarmiento durante a noite. Estava morta de medo, pensando que poderia se concretizar a qualquer momento o brutal veredito que havia escutado de seu pai: "Um dia vão bater nessa porta para me avisar que te encontraram morta, jogada numa vala". Para ele, esse era o único destino possível para um rapaz que se vestia de mulher.
Camila queria ver as famosas travestis do parque, e lá, diante daquelas mulheres e da difícil realidade a que são submetidas, foi imediatamente acolhida e sentiu, pela primeira vez em sua vida, que havia encontrado seu lugar de pertencimento no mundo.
O romance O parque da irmãs magníficas é isso tudo: um rito de iniciação, um conto de fadas ou uma história de terror, o retrato de uma identidade de grupo, um manifesto explosivo, uma visita guiada à imaginação da autora. Nestas páginas convergem duas facetas da comunidade trans, facetas que fascinam e repelem sociedades no mundo inteiro: a fúria travesti e a festa que há em ser travesti.
O que eu achei: Muitas reflexões vieram a partir desse livro. Nele temos Camila, primeiro como protagonista e depois como narradora/personagem onde durante as páginas retrata memórias da infância alternando com momentos da vida adulta.
Uma mistura de vida real com ficção, vemos um manifesto de forma clara contra a discriminação e o preconceito da sociedade.
Temos Camila que vai para Córdoba estudar quando essa se junta a um grupo de travestis prostitutas para ganhar a vida. Ela e suas amigas/irmãs, no Parque das irmãs nos mostram a realidade muitas vezes marcada pela violência e brutalidade.
Camila nos apresenta a história de cada uma das suas irmãs, com realismo mágico na descrição de algumas e tragédia na vida de outras.
Uma linguagem muito poética que torna a leitura rápida e fluida te fazendo mergulhar na história, te deixar chocado e também muito revoltado. Não é um livro alegre, muito pelo contrário, ele é triste e de uma sensibilidade sem igual, mas muito necessário.
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